A FÚRIA DOS FURACÕES

                              

...sem medida...

Os furacões chegaram. Vieram do céu com força descomunal e destruindo tudo : casas,portos,aeroportos,condominios,áreas vips,areas pobres,praias e cidades enfim. Ultimamente os furacões tem se manifestado com mais frequência e mais força,em varias partes do mundo,causando desespero,medo e fragilidade no ser humano. O Brasil também tem furacão,mas de outra modalidade.Os furacões que assolam o Brasil não tem origem em lugares misteriosos do céu,mas em lugares misteriosos aqui da terra mesmo ( mais precisamente em Brasília ) São furacões forjados,construidos,elaborados e constituidos por forças mentais humanas ( poderosas e mal intencionadas ) mas nem por isso com menor poder de destruição. O que ocorre é que seus efeitos devastadores trazem para o povo brasileiro,perplexidade moral,espanto frente ao inesperado,trauma emocional e de valores,decepção com a conduta do ser humano,rompimento e descrença com ideais politicos,revolta e inconformismo pelo rombo financeiro,pelo roubo descarado e pela traição daqueles que deveriam cuidar do pais.

Nosso furacão,tipicamente brasileiro,passa girando numa velocidade incrível,num redomoinho devastador que vai sugando todo dinheiro que possa estar no caminho. Esse furacão também destrói,mata e causa injúria no pais inteiro : educação,saúde,pesquisas científicas,transporte,alimentação,agricultura,recursos naturais,etc... 
Não ! A culpa não é dos velhinhos e aposentados ! Nem tampouco do funcionário público ou do atleta que necessita verbas para treinar. Também não é culpa do professor,do marginal na favela ou do arrombador de cofres e cargas de caminhão. A culpa é de quem dirige esse pais lá de cima do olho do furacão,manipulando cargos,acordos,pactos,empresas e dinheiro.Muito dinheiro. São eles os personagens desse teatro negro,cabalístico e paralisante : the mans in black . E não importa se eles tem a língua presa ou solta,pescoço duro ou mole. O que importa é que usam gravata,roubam o pais e todos tem rabo preso ( a alma também ) Esse é o furacão que está passando pelo Brasil e que parece não acabar nunca (ao contrário dos outros furacões no mundo que passam,destroem mas vão embora ) Nosso furacão não : fica...fica...fica...suga...suga...suga e não sái do lugar.Permanece girando sobre o próprio eixo e se fortalece engolindo toneladas de dinheiro de maneira voraz,irresponsável e perniciosa. 

                                                         Maria da Penha Boselli* / 2017

                                             

METAMORFOSE BRASILEIRA

                                         METAMORFOSE BRASILEIRA

O povo se vira nos trinta

Brasileiro faz de tudo um pouco. Se vira como pode e trabalha no que aparece. 
Sempre digo que o brasileiro é flexível,criativo e bom no rebolado. Não é só samba e futebol não !
Apesar da crise danada o povo consegue ir á luta, e buscar um jeito de ganhar o pão.Apesar dos políticos e governantes ( únicos culpados de tudo que dá errado nesse pais ) o brasileiro dá um jeito de se virar nos trinta. Mesmo em meio a bagunça generalizada plantada nesse pais pelos engravatados ( não importa o partido,a ideologia ) o povo consegue continuar caminhando ( sem dinheiro na mala,na valise,no bolso,na meia ou na cueca ) Que vergonha !
 O povo sofrido,com escolas ruins e péssimo atendimento médico, aprendeu a conviver com o desamparo e a se virar sózinho. Não conta com o apoio do governo e autoridades,mas com Deus. Apesar da fé ( somos um dos povos mais espiritualizados do mundo ) mesmo assim o brasileiro se espanta com tanta roubalheira : milhões em dinheiro pra cá,bilhões pra lá,malas,sacos e pacotes de dinheiro passando de mão em mão e cinismo ilimitado nas explicações dos envolvidos. É surreal. Seria trágico se não fosse comico ; tipo cenas bizarras dos meliantes tentando enfiar maços de cédulas em algum lugar,deixando cair pelo chão,cegos pela cobiça e fazendo comentários absurdos.  Hilário.
Como aceitar passivamente tanta falta de caráter ? Tanta roubalheira ? Tantas negociações obscuras com emendas,leis,medidas provisórias,decretos,para beneficiar grupos de brasileiros considerados "especiais "?

O povo cansou de sair ás ruas,gritar,berrar,bater panela e espernear. Pouco adiantou. Mesmo  dentro da cadeia ou perante a ameaça da Lava Jato,varios " engravatados " continuaram com desvio comportamental. É uma aberração. Nem Sigmund Freud explica isso. 

O povo segue em frente : trabalhando…pagando impostos…se virando nos trinta…ou fazendo a fezinha para não perder a esperança ; ganhar bastante dinheiro sem roubar ( loto fácil,mega sena,federal,raspadinha,bicho,quina,nota paulista,e sei lá mais o que )
 O brasileiro é especialista em viver com pouca grana e muita esperança. Está tarimbado,calejado,decepcionado e revoltado com tudo que vem acontecendo nesse pais. Mas continua manso,numa esperança inexplicável,de que um dia as coisas vão melhorar. Acreditando que forças poderosas vão atuar sobre esses seres estranhos (the mans in black) provocando-lhes uma  metamorfose Franz Kafkiana ao inverso. Ou seja : de que as baratas,ops…digo,os ratos,um dia se tornarão humanos.


                                                                       Maria da Penha Boselli* / 2017

O PARTO DO BRASIL

O Brasil está nascendo.
As dores do parto são evidentes.Será um parto demorado e cheio de impedimentos inesperados.Mas o processo já é irreverssível,a criança está a caminho e o parto é inevitável,assim como é inevitável todo processo que traz o novo,o que está para acontecer,o que está por vir. Todos esperam a criança que está vindo,símbolo de uma nova era històrica,um novo ciclo. Depois disso teremos um novo pais.
É o Brasil nascendo.Louvada seja a dor do parto,as convulsões do útero materno.Louvado sejam os médicos e enfermeiros que estão dando o melhor de si para que o parto seja normal e a criança venha cheia de saúde e abençoada por Deus.

Nòs,que somos a família desse brasileirinho cheio de esperança,estamos confiantes de que tudo vai mudar para melhor.

                                                                             Maria da Penha Boselli* / 2017